quinta-feira, 16 de abril de 2020

A estrutura da matéria

O desenvolvimento dos modelos atômicos

  • O conceito de átomo:
- Por volta do século V a. C. Leucipo e Demócrito acreditavam que a matéria era formada por partículas fundamentais denominadas átomos e espaço vazio, ou seja, existia descontinuidade na matéria. Os átomos seriam indivisíveis, sólidos, compactos e teriam vários formatos. Cada corpo seria constituído por um tipo de átomo diferente. Aristóteles defendia de forma parecida a Empédocles, que tudo seria formado por quatro elementos básicos: fogo, ar, terra e água e a combinação deles explicaria as alterações da matéria, sua ideia foi mais bem aceita. Robert Boyle tentou conciliar o atomismo com sua experiência no campo da química. De acordo com ele, os corpos seriam formados por corpúsculos, de forma que características como o sabor dependeria do arranjo dos corpúsculos que originam corpos. Isaac Newton também acreditava na ideia de átomo e influenciou os estudiosos.


  • A teoria atômica de Dalton: 
  1.  A matéria é formada por pequenas esferas, maciças e indivisíveis denominadas átomos.
  2. Átomos iguais e com mesma massa representam um mesmo elemento químico.
  3.  As substâncias são constituídas por um número fixo de átomos de seus elementos químicos.
- A teoria de Dalton baseava-se na teoria da gravitação de Newton quando enfatizava que as propriedades que caracterizavam os elementos químicos eram resultado das massas de seus átomos.
-> Lei da composição constante: defendida por Louis Proust, estabelecia que a composição elementar de um composto era sempre a mesma independentemente de sua origem.
-> Lei da conservação das massas: apoiada por Antoine Lauren Lavoisier que acreditava na ocorrência de uma reação química, em um recipiente fechado, a massa total dos reagentes era igual à massa total dos produtos.


  • A representação dos átomos e dos elementos químicos:
- As representações feitas por Dalton não eram muito claras, mas Jöns Jacob Berzelius sugeriu representar os elementos químicos através de letras.

A identificação das partículas subatômicas

  • A natureza elétrica da matéria;
Cargas elétricas - Coulomb, massa, nêutrons e mais


  • A identificação do elétron e o modelo atômico de Thomson:
- O modelo atômico de Dalton apresentava falhas.
- Por volta da segunda metade do século XIX, alguns cientistas, entre eles William Crookes, provaram que os gases quando submetidos a baixas pressões e altas voltagens, podiam se tornar condutores elétricos. Para realizar esses experimentos foi usado um tubo de raios catódicos, que consistia em um ampola de vidro com estruturas metálicas nas extremidades, denominadas eletrodos-um positivo chamado ânodo, e um negativo, denominado cátodo. Os eletrodos eram conectados a uma bateria e geravam alta voltagem dentro do tubo e a ampola tinha sua pressão interna menor por causa de uma bomba de vácuo. Quando a pressão de dentro do tubo ficava menor o gás era submetido a altas voltagens e começava a emitir luz. Se a pressão fosse menor a luz diminuía. Os cientistas passaram a acreditar que a luz se originava no cátodo e passaram a chamar de raios catódicos. John Thomson usou vários gases e eletrodos formados por diferentes metais, obtendo sempre os mesmos valores para a razão entre carga e massa. Esses resultados sugeriam que os raios catódicos eram originados sempre pelo mesmo tipo de partícula. O valor da carga foi estabelecido através de experimentos feitos por Robert Millikan. A massa das partículas era calculada e o valor encontrado era muito menor que o conhecido para os átomos, que posteriormente foram denominados elétrons e estariam presentes na estrutura de todo átomo. Thomson propôs um novo modelo de átomo para explicar os resultados experimentais observados. O elétron era considerado uma partícula subatômica. Então Thomson acreditou que o átomo seria constituído por uma esfera com carga positiva uniformemente distribuída, que se anulavam com as negativas. Descargas elétricas ou atrito poderiam arrancar elétrons ou inseri-los nos átomos que se transformariam nas partículas eletricamente carregadas chamadas de íons.


  • O modelo atômico de Rutherford:
- Philip Lenard formou um tubo de raios catódicos com pequena janela composta de finíssimas lâminas, concluindo que tinham espaços vazios na estrutura dos átomos. Descobriram também o polônio, capazes de produzir emissões radioativas chamadas partículas alfa, positivamente carregadas.
Experimento de Rutherford | Modelos atômicos

O átomo seria constituído por uma região central com carga elétrica positiva , muito pequena e densa, responsável pela maior parte de sua massa, denominada núcleo, ao redor do núcleo existiria um espaço vazio delimitado pela eletrosfera, região ocupada pelos elétrons que estariam orbitando o núcleo a uma grande distancia dele e, por serem negativos, seriam atraídos por ele.
-A estrutura do núcleo: poderia ser dividido em partículas ainda menores. A primeira identificada foi o próton, partícula com carga elétrica positiva proposta por Rutherford , assim o núcleo não seria uma esfera maciça, mas um conjunto de prótons. Outros experimentos constataram a existência do nêutron, partícula eletricamente neutra que já tinha sido prevista por Ruherford.

O átomo:

  • Partículas subatômicas e número de massa:

Estrutura do Átomo. Estrutura do átomo e seus constituintes

A= número da massa.
P= prótons.
N= nêutrons.
Fórmula: A=p+n


  • O número de prótons e os elementos químicos:
- Isótopos: o número de prótons é específico para cada elemento químico, mas o número de nêutrons pode mudar, possui massa diferente.
Ex:
 6C12 (carbono-12).
6C13 (carbono-13).
6C14 (carbono-14).
  • Formação de íons:
- A carga elétrica de um átomo depende do seu número de prótons e elétrons. Os átomos possuem número igual de prótons e elétrons, por isso apresentam carga elétrica neutra. Assim, em várias situações podem implicar o ganho ou a perda de elétrons por um átomo, adquirindo carga elétrica, tornando-se um íon.
-> Cátion perde elétrons.
-> Ânion ganha elétrons.
The Anion-Cation Connection in Soil | EcoFarming Daily
OBS: na notação de um íon utiliza o valor de sua carga à direita, na parte superior do símbolo.
Ex: N-3


  •  Classificação das substâncias:
- Simples: possuem apenas um elemento.
- Composta: constituídas por dois ou mais elementos.

  • Alotropia:
- Propriedade de um elemento químico gerar mais de uma substância simples diferente é chamada de alotropia, e as substâncias formadas são os alótropos.
-> Os alótropos de carbono mais comuns são o grafite e o diamante, mas existem outros alótropos de carbono. São exemplos fulereno, nanotubo de carbono e diamante lonsdaleíta.
-> enxofre possui muitas formas alotrópicas (S2, S4, S6). Dentre as mesmas se destacam o enxofre ortorrômbico, ou rômbico, e o enxofre monoclínico, ambas representadas por S8, mas agrupadas de formas diferentes.
->oxigênio origina dois alótropos: o gás oxigênio (O2) e o gás ozônio (O3).
-> As formas de alotropia do fósforo mais conhecidas são o fósforo vermelho (P), que se forma quando o fósforo branco entra em radiação e o fósforo branco (P) é muito reativo.


A radioatividade
  • O fenômeno da radioatividade:
- Henri Becquerel guardou em sua gaveta um minério de urânio e uma chapa fotográfica protegida da luz em um envelope. Ao revelá-la, constatou a existência de marcas que teriam sido feitas por raios invisíveis provenientes do minério de urânio. Marie Curie e Pierre Curie descobriram dois elementos: polônio e rádio, que possuíam atividades parecidas, dando a ela o nome de radioatividade, que é o fenômeno relativo a alterações em certos núcleos atômicos, que emitem partículas e ondas eletromagnéticas na forma de radiação.
- Rutherford fez o seguinte experimento:
Radioatividade e Estrutura do átomo - Brasil Escola
A cintilação originada a direita da tela formou uma radiação com carga negativa, já que foi atraída pelo polo positivo. A cintilação à esquerda formou-se por radiação com carga positiva, atraída pelo polo negativo.A massa da radiação de carga positiva era maior. A cintilação central foi originada por uma radiação eletricamente neutra, pois não sofreu nenhum desvio.

Todas as partículas com carga elétrica positiva reunidas em um pequeno volume. Mesmo com a força de repulsão, grande parte dos núcleos se mantém estável indefinidamente, mas em alguns a força de repulsão que os prótons mantém uns sobre os outros supera a força que faz que continuem unidos, ocorrendo a ejeção de fragmentos do núcleo, ou emissão radioativa, processo conhecido como decaimento, após o decaimento os núcleos se tornam mais estáveis.
- Emissão de radiação alfa: a emissão de partículas alfa modifica o núcleo de um átomo, transformando-o em um átomo de outro elemento químico, processo chamado de transmutação. Quando um átomo emite uma partícula alfa, seu número atômico e sua massa são modificados.
- Emissão de radiação beta: uma partícula equivale a um elétron, quando ocorre a sua emissão, origina-se mais um próton no núcleo, ou seja, o elemento químico transforma-se em outro.
-> Leis da radioatividade: 
Conhecendo a natureza das partículas alfa e beta emitidas, pode-se prever o tipo de alteração que acontece no núcleo do átomo de um elemento químico radioativo com base no número e no tipo de partículas que são emitidas, esse pensamento foi proposto por Frederick Soddy e Kasimir Fajans, nas leis da radioatividade.
- Emissão de radiação: a emissão de raios gama é feia pelo núcleo, em geral, com emissão de partículas alfa ou beta. A radiação gama é um tipo de onda eletromagnética. Depois da emissão de partículas alfa ou beta, os núcleos podem estar em um arranjo instável, mas para conseguir um estado mais estável os prótons e nêutrons se rearranjam, e o núcleo libera o excesso de energia como radiação gama. Quando essa radiação é emitida, o número de massa e o número atômico continuam constantes.

  • Séries de decaimento radioativo e meia-vida:
- Vários isótopos radioativos- também chamados radioisótopos- que ocorrem naturalmente, sofrem decaimento originando produtos que também são radioativos. Dessa forma, acontecem reações nucleares em sequência até que se origine um produto não radioativo. O período necessário para que a metade da quantidade de uma amostra de certo radioisótopo sofra decaimento, modificado-se em outro elemento químico, é denominado meia-vida.
OBS: a atividade de uma amostra de material radioativo é caracterizada por determinada taxa de desintegrações por unidade de tempo, mas mesmo assim, quantidades significativas de radiação podem continuar presentes.

Aplicações tecnológicas da radioatividade

  • As emissões radioativas e a interação com a matéria:
 As emissões radioativas são compostas de ondas eletromagnéticas ou de partículas de tamanhos diversos e diferentes níveis de energia, permitindo que exista diferentes níveis de interação entre a radiação e a matéria, por causa de fatores como a energia cinética da partícula ao ser emitida e as interações entre cargas elétricas. Por seu baixo poder de penetração, as partículas alfa são absorvidas pela camada mais externa da pele dos seres humanos e causam pequenos danos. Entretanto são extremamente perigosas quando inaladas ou ingeridas, pois no primeiro caso ocorre a irradiação, já no segundo  ocorre a contaminação. As partículas beta podem penetrar cerca de 1 cm no corpo humano antes de serem interrompidas, ocasionando várias lesões. A radiação gama, muito energética, atravessa facilmente o corpo humano, interagindo com o DNA das células, causando várias doenças, como câncer. Todas as pessoas que ficam expostas a essa radiação devem usar equipamentos adequados e devem fazer exames periódicos específicos para verificar suas condições de saúde. A radioatividade natural é chamada radiação de fundo, que varia em função do local e na maioria dos casos não afeta a saúde de forma significativa.


  • Radioatividade e medicina:
- Os radioisótopos interagem com o órgão do corpo que se deseja examinar
A radioterapia é um tratamento que usa  a radiação ionizante para danificar o DNA das células, destruindo o tumor ou impedindo a multiplicação das células cancerígenas. Em células normais, pode ocorrer a recuperação do DNA, já em células tumorais, no entanto, essa capacidade de recuperação é menor. Normalmente, ao final do tratamento, as células normais recuperam-se.


  • Usinas nucleares: 
- Lise Meitner, Otto Hahn e Fritz Strassman descobriram que ao bombardear urânio-235 com nêutrons, podia-se fragmentá-lo, causando a liberação de muita energia, processo denominado fissão nuclear. Quando o processo ocorre naturalmente é chamado de fissão nuclear espontânea. Mesmo se o suprimento de nêutrons for interrompido, as reações de fissão nuclear podem continuar se processando. Se os três nêutrons produzidos se chocarem com três outros núcleos de urânio-235, no próximo ciclo existirão nove nêutrons, que poderão induzir a fissão de mais nove núcleos de urânio-235. O número de fissões de energia liberada aumentarão exponencialmente e se esse processo não for controlado, poderá ocorrer uma explosão violenta. As reações que se multiplicam dessa forma são denominadas reações em cadeia. As usinas nucleares usam a fissão nuclear e a energia liberada por essa reação para gerar energia elétrica. A energia produzida é usada para aquecer água e gerar vapor, que aciona uma turbina geradora de energia eletricidade. Esse vapor é resfriado e condensado, gerando água líquida. No interior do reator, existem barras de controle, formadas de material como cádmio ou boro, que absorvem parte dos nêutrons originados como forma de controlar a reação de fissão em cadeia e evitar o aquecimento e a explosão do reator nuclear. É necessária uma quantidade mínima da substância físsil, denominada massa crítica. Se a quantidade for menor, os nêutrons não serão capazes de atingir outros núcleos, interrompendo as reações. Quando a quantidade de substância físsil no interior do reator for igual à massa crítica ( ou superior a massa supercrítica), as reações ocorrerão sem controle, podendo causar uma explosão nuclear.


  • Bombas nucleares:
- Bombas nucleares com maior poder de destruição podem ser originadas usando o mecanismo de fusão nuclear. A fusão mais fácil de ser produzida é a dos isótopos do hidrogênio, deutério e trítio. Para produzir uma bomba de hidrogênio, ou bomba H, resolve-se o problema da ignição acoplando-se a ela uma bomba de fissão nuclear, sendo chamada também de bomba termonuclear.
-> Aceleradores de partículas: a fusão nuclear também acontece no interior do Sol e aqui na Terra em instalações chamadas aceleradores de partículas. Através dessas instalações foi possível criar artificialmente novos elementos químicos, que possuem síntese importante.


  • Rejeitos nucleares: 
- Precisam ser estocados em recipientes que sejam resistentes à corrosão e à energia liberada e que possuam grande durabilidade, depois necessitam ser enterrados em grandes profundidades isolados da população.

A reelaboração do modelo de Rutherford

  • Espectros atômicos:
- Os fogos de artifício são dispositivos com carga explosiva, em geral pólvora que os impulsiona para cima e com certa quantidade de sais. A cor produzida está presente em elementos químicos dessas substâncias. O calor passado para esses sais pela explosão os vaporiza e origina átomos, que emitem essa energia excedente na forma de luz. Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff fizeram experimentos com o objetivo de desenvolver um método preciso de identificação das substâncias que apresentassem essa propriedade. Nesses experimentos, uma pequena amostra de substância purificada era vaporizada na chama de um queimador criado por Bunsen. O resultado, denominado espectro, podia ser observado através de uma luneta ou registrado em um filme fotográfico.


- Os vapores originados através de substâncias purificadas produziam um espectro com linhas ou raias de várias cores, separadas por regiões escuras, diferente do espectro originado pela luz solar em que as cores aparecem de forma contínua.
- O espectro eletromagnético: a luz é um tipo de radiação eletromagnética. Todas as radiações eletromagnéticas de diferentes comprimentos de onda e frequências, constituem o espectro eletromagnético.

Como o Sinal Wi-Fi é Propagado na Natureza? - Blog UBNT BR - Medium

espectro
OBS: o espectro formado pela luz emitida por átomos isolados aquecidos possui traços de cores diferentes e separados uns dos outros, sendo denominado espectro descontínuo.
- A espectroscopia abre novos caminhos: cada elemento químico emite um espectro descontínuo. Bunsen e Kirchhoff elaboraram um método para diferenciar os elementos químicos, levando a descoberta de novos elementos químicos.
-> A espectroscopia permitiu a investigação da composição das estrelas e evidenciou uma limitação no modelo atômico de Rutherford.


  • O modelo atômico de Bohr:
- Um elétron se move em órbita circular estável ao redor do núcleo de um átomo, que é influenciado pela força de atração eletrostática entre o elétron e o próton.
- Em vez de um número infinito de órbitas, existe um número limitado de órbitas nas quais um elétron pode se situar, sendo denominado estado estacionários ou níveis de energia.
- Um elétron está em movimento, em certa órbita, com energia constante. Quanto mais longe do núcleo maior é a sua energia.
- Quando um elétron ganha energia, salta para uma órbita mais externa do átomo. Ele pode adquirir energia por aquecimento, corrente elétrica etc.
- Quando um elétron perde energia adquirida, retorna a uma órbita mais próxima do núcleo, que é dissipada na forma de radiação eletromagnética.
- A quantidade de energia absorvida ou liberada por um elétron ao mudar de órbita, relaciona-se à diferença entre os níveis de energia dessas órbitas. Órbitas possíveis, existem somente alguns valores de energia possíveis, sendo chamada de quantizada.
- O modelo atômico quântico esclarecia o comportamento de emissão de luz dos átomos da seguinte forma: o espectro de emissão de certo elemento químico é descontínuo. No experimento de Kirchhoff e Bunsen, a energia fornecida pela chama do bico de Bunsen é suficiente para excitar os elétrons dos átomos de certo elemento químico a uma órbita de maior energia, ou seja, a uma órbita mais longe do núcleo atômico. Como a energia absorvida está relacionada exatamente à diferença de energia entre as órbitas de transição do elétron, diz-se que a energia é quantizada. Ao retornarem a seus estados fundamentais, os átomos liberam a energia em forma de radiação eletromagnética. Quando a radiação atravessa o prisma, ela é decomposta em certo número de linhas espectrais, em que cada linha representa a transição de órbita de um elétron, com energia bem definida.Cada órbita no modelo de Bohr é definida por um número inteiro que vai de um até o infinito, sendo denominado número quântico principal.
- Cores do espectro de emissão: 
Aula-5
OBS: quando os átomos de um elemento químico são submetidos à chama, a cor percebida pela visão humana é uma mistura de todas as cores observadas no espectro de emissão.

Configuração eletrônica: 

  • O modelo de Lewis e sua representação:
- Camada de valência: é a camada mais externa ( mais distante do núcleo) de um átomo. Criou símbolos dos elementos químicos, representando o núcleo atômico e seus elétrons internos os quais não participam das ligações químicas e os elétrons da camada de valência são representados por pontos. 


  • A distribuição eletrônica por camadas ou níveis de energia:
- Irving Langmuir aprimorou o modelo de Lewis e calculou a quantidade máxima de elétrons em cada nível de energia. Esses cálculos foram confirmados para os elementos químicos representativos.
Distribuição eletrônica | TABELA PERIÓDICA COMPLETA
OBS: essa regra possui exceções, principalmente para os elementos químicos de transição. Existe um padrão para a configuração eletrônica: o número de camadas eletrônicas é constante em cada período. Além disso, o número de elétrons de valência é o mesmo para todos os elementos químicos em cada grupo. Isso se traduz na valência, ligada aqui à carga do íon.
Ex: os íons originados pelos elementos químicos do grupo 1 são monovalentes.
- Configuração eletrônica de íons e valência: quando um átomo ganha ou perde elétron, torna-se um íon. Quando um átomo de sódio perde seu elétron de valência ele se torna um cátion sódio com propriedades diferentes do átomo de sódio que lhe formou. A última camada do cátion originado passa a ser a camada L, com oito elétrons. De modo parecido, quando o átomo de oxigênio ganha dois elétrons, ele se transforma no ânion óxido, com propriedades diferentes do átomo de oxigênio de origem. Sua camada de  valência também passa a possuir oito elétrons. A presença de oito elétrons na última camada dos íons está de acordo com as regras propostas por Lewis e Langmuir, e é comum a maioria dos íons originados. Esse fato é chamado de regra do octeto e auxilia na determinação da configuração eletrônica e da valência dos íons. O número de elétrons de valência está ligado às propriedades semelhantes apresentadas pelas substâncias constituídas pelos elementos químicos de um mesmo grupo da tabela periódica, mas esse modelo possui limitações, mesmo assim, ele permite a previsão de fenômenos.

Os subníveis e os orbitais:

  • Os subníveis de energia e a distribuição eletrônica:
- Arnold Sommerfeld passou a descrever as órbitas como elípticas acrescentando subníveis a cada nível de energia para explicar a estrutura fina dos espectros atômicos. Cada um dos níveis de energia no modelo de Bohr foi subdividido em até quatro subníveis, caracterizados pelas letras: s, p, d e f.
- Diagrama das diagonais ou diagrama de Pauling:
Distribuição Eletrônica - Química | Manual do Enem
- Os elementos químicos representativos são aqueles em que o elétron mais enérgetico entra no subnível s ou p. Nos elementos químicos de transição, o elétron mais energético entra no subnível d ou f.
- Distribuição em subníveis de energia para íons: quando o átomo recebe ou cede elétrons, ocorrem alterações na camada de valência, que é o nível mais longe do núcleo.


  • A dualidade onda-partícula: 
- Albert Einstein acreditava que o fenômeno no qual os elétrons são ejetados da superfície de um metal quando se incide nela luz de certa frequência, a qual depende da composição do material poderia ser explicado se a luz fosse entendida como partículas sem massa, mais tarde chamadas de fótons. Louis Victor Broglie acreditava que os elétrons também poderiam em alguns fenômenos, exibir propriedades relacionadas às partículas e, em outros às ondas. A luz pode ser explicada tanto como onda eletromagnética quanto como partícula, e o contrário também é correto: uma partícula, como o elétron, possui também comportamento ondulatório- a dualidade onda-partícula.
- O princípio da incerteza: Heisenberg propôs o princípio da incerteza, no qual quanto maior for a exatidão de uma medida experimental em relação ao elétron, menor será a exatidão de outra medida.
- Orbitais e números quânticos: Erwin Schrödinger elaborou uma equação matemática que descrevia o átomo de hidrogênio de acordo com a hipótese de De Broglie. Suas soluções são conhecidas como funções de onda e são representadas pela letra grega psi (Ѱ). Max Born acreditava que a função de onda poderia estar relacionada à densidade de probabilidade eletrônica ( os elétrons não estão distribuídos em orbitais, no qual é mais provável encontrar um certo elétron). A cada função de onda está relacionado um valor e como apenas certas funções de onda são permitidas, a energia do elétron é quantizada. Para descrever cada órbita, Bohr usa um único número inteiro chamado número quântico, mas para descrever um orbital são necessários três. Os números quânticos orbitais não são valores aleatórios, que aparecem como resultado das operações relacionadas ao modelo de Schrödinger. Wolfgang Pauli chamou de princípio da exclusão: dois elétrons quaisquer não podem ter o mesmo conjunto de números quânticos, ou seja, cada orbital está associado a no máximo dois elétrons.








sexta-feira, 10 de abril de 2020

Relato oral e escrito


  • Relato:
- É um gênero discursivo em que são apresentadas as informações básicas, ou seja, os fatos relacionados. Sua função é narrar para o leitor ou ouvinte uma sequência de acontecimentos.
- Contexto de circulação:
-> Causos: são caracterizados pela a presença de "contadores de causos", pessoas com grande habilidade em contar histórias de forma envolvente.
-> Sites de reclamação: usados por muitos consumidores insatisfeitos.
-> Boletins de ocorrência.
-> Entrevistas.


  • Os interlocutores dos relatos: 
Se o relato for oral
- Sempre existirá um interlocutor específico para quem os acontecimentos são apresentados
- Os acontecimentos devem ser relatados de forma clara e coerente.
Se for escrito:
- Torna-se  estabelecer a imagem de todos os seus leitores, sendo, caracterizando o que denominamos leitor universal.
- Estrutura: em um relato oral normalmente estamos em contato direto com nossos interlocutores. Em um relato escrito os leitores não poderão solicitar informações, pois o texto deve ser completo de informações necessárias para compreendermos, devem ser usados(as): conjunções, pronomes, substituições, pontuação que garanta a relação adequada entre as ideias, etc.
- Linguagem: o grau de formalidade será estabelecido pela situação de interlocução nos dois casos (oral e escrito).

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Os gêneros do discurso


  • Uma definição de gênero:
- Relacionam-se a certos padrões de composição de textos determinados pelo contexto em que são produzidos pelo público, por sua finalidade, por seu contexto de circulação, entre outros.
Ex: conto, carta, HQ, bilhete, receita, anúncio, ensaio, editorial, poema, romance, etc.
- O cartaz é um gênero discursivo que tem como objetivo divulgar uma mensagem publicitária com função persuasiva. Possui uma imagem relacionada a um texto. São fixados em muros, paredes, etc.
- A evolução dos gêneros: qualquer texto oral ou escrito organiza-se em um gênero discursivo. Como estão associados ao uso que as pessoas fazem da linguagem em diferentes situações, os gêneros não são estáticos, porque originam-se e modificam-se em relação as necessidade específicas.


  • Os tipos de composição:
- Os gêneros discursivos associam-se a situação comunicativa. Os textos representativos dos vários gêneros são expressos através de diferentes "tipos de composição": a narração, a exposição, a argumentação, a descrição e a injunção.
OBS: poderemos encontrar textos com mais de uma composição.

sábado, 4 de abril de 2020

A interlocução e o contexto


  • Os leitores dos textos:
- Todo texto oral direciona-se a um interlocutor.
- A participação do leitor com o autor é sempre indireta.
- O autor deve considerar o perfil dos interlocutores.
- O interlocutor universal: o perfil do interlocutor na maioria das vezes é mais genérico.
- Os textos científicos dirigem-se a interlocutores com perfil mais específico.
-> Textos criados para interlocutores específicos: são usados para convencer o interlocutor a comprar um produto ou uma ideia.
OBS: não confunda interlocutores específico com leitores reais que de fato lerão o texto.


  • O texto e seu contexto: 
- Todo texto cria relações a circunstâncias de natureza cultural, social, política, que necessitavam ser conhecidas pelos leitores ou ouvintes.
- Contexto: é o conjunto das circunstâncias ( sociais, políticas, históricas, culturais, etc) a que um texto se relaciona.
- A relação entre contexto e interlocução: para produzir um texto precisamos escolher quais informações contextuais devem ser fornecidas para que seu sentido possa ser construído por seus interlocutores.
OBS: não é possível escrever um bom texto sem entender sobre contexto e interlocutores, presentes em qualquer situação de interlocução.



quinta-feira, 2 de abril de 2020

Discurso e texto


  • As marcas ideológicas dos textos:
- Ideologia: é um sistema de ideias interdependentes apoiadas por um grupo social.
- Os seres humanos recorrem à linguagem para expressar os seus sentimentos. É através dela que interpretamos a realidade que nos cerca, mas essa interpretação não é totalmente livre, pois é formada por vários filtros ideológicos, que todos nós possuímos. Esses filtros originam uma formação ideológica, ou seja, um conjunto de valores e crenças a partir dos quais julgamos a realidade em que estamos inseridos.
- Imagens de mulher:
-> Ai que saudades da Amélia ( letra):
Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, o que se há de fazer!
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
(Ataulfo Alves).

-> Emília ( letra):
Quero uma mulher
Que saiba lavar e cozinhar
E de manhã cedo
Me acorde na hora de trabalhar
Só existe uma
E sem ela eu não vivo em paz
Emília, Emília, Emília
Não posso mais

Ninguém sabe igual a ela
Preparar o meu café
Não desfazendo das outras
Emília é mulher
Papai do céu é quem sabe
A falta que ela me faz
Emília, Emília, Emília
Não posso mais
(Vassourinha).

-> Dandara (letra):
Ela tem nome de mulher guerreira
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela

Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim, tão transparente

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra,céu e mar
Dandara

Ela faz mechas claras no cabelo
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso

Ela fala num celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo, admirado

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra,céu e mar
Dandara

Dandara...

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( Ivan Lins e Francisco Bosco).

Percebemos através dessas letras que Amélia e Emília são mulheres submissas, boas companheiras, donas de casa competentes e se dedicam a satisfazer as necessidades dos seus maridos. Essa visão fez parte da sociedade brasileira na década de 1940. Na letra da música "Dandara" a imagem da mulher é representada de outra forma, mostra o resultado das lutas pela conquista de um espaço na sociedade.
- As "pistas" da formação ideológica: as ideias básicas podem ser relacionadas aos valores, aos princípios, às crenças de um grupo social.
- Formação ideológica e formação discursiva: a linguagem é a materialização da nossa ideologia, cada formação ideológica está relacionada a uma formação discursiva.


  • Discurso e texto:
- Os fatores extralinguísticos relacionados ao contexto de produção de um texto, possui importância em sua participação na construção do sentido, na definição de uma formação ideológica e discursiva. Tomada pelo contato com a formação discursiva própria do nosso grupo social, transformando-se em base de nossos discursos.
- A relação entre discurso e texto: todo texto está associado ao discurso que lhe formou. A forma que um texto manifesta um discurso é o que determina o seu carácter subjetivo, que se origina de um olhar específico de um autor. A liberdade do autor nunca será total, pois os participantes de um grupo social expressam de algum modo a formação discursiva que reflete a sua ideologia.



quarta-feira, 1 de abril de 2020

Desenvolvimento embrionário de mamíferos

Características reprodutivas dos diferentes grupos de mamíferos

  • Monotremados: 
- São encontrados somente na Austrália e na Nova Guiné.
- Os representantes mais importantes desse grupo são os ornitorrincos e os equidnas, que possuem ovos megalécitos parecidos aos dos répteis, são ovíparos também e o desenvolvimento embrionário é bem semelhante ao dos répteis.
- As fêmeas de ornitorrinco fazem um ninho subterrâneo junto a rios e põe dois ou três ovos, que possuem casca coriácea, cada um têm entre 1 e 1,5 cm de diâmetro, se os ovos estiverem fecundados, já terão um embrião no estágio de nêurula, com anexos embrionários em processo de diferenciação. A fêmea incuba os ovos até a casca se romper e os filhotes nascem ainda imaturos, alimentam-se de leite produzido por glândulas mamárias, que estão no ventre da fêmea, não possuindo mamilos, o leite escorre entre os pelos.


  • Marsupiais: 
- São mamíferos típicos da Austrália.
- Seus principais representantes são os cangurus, os coalas e os lobos-da-tasmânia.
- Na América do Sul existem poucas espécies de marsupiais, representadas pelos gambás e pelas cuícas.
- As fêmeas têm uma bolsa de pele no ventre chamada marsúpio, onde os filhotes completam o desenvolvimento.
- O embrião dos marsupiais inicia o desenvolvimento no interior do corpo da mãe, nutrindo-se do pouco vitelo armazenado no ovo oligolécito. No período do desenvolvimento, origina-se um saco vitelínico que entra em contato com a parede vitelínica, formando uma placenta rudimentar, a denominada placenta vitelínica, que serve para a nutrição, respiração e eliminação de excreções.


  • Placentários:
- São gatos, cavalos, girafas, humanos, entre outros, os seus ovos possuem segmentação holoblástica.
- o desenvolvimento embrionário ocorre no interior do útero materno. Os embriões ligam-se à parede uterina por meio da placenta, que possui a função de fazer que o embrião receba nutrientes e gás oxigênio do sangue da mãe e elimine gás carbônico e excreções resultantes de seu metabolismo.

Embriologia dos mamíferos placentários

  • Segmentação e formação do blastocisto:
- O ovócito secundário ( óvulo) liberado pelo ovário, é revestido pela zona pelúcida e por células foliculares ovarianas. Próxima ao ovário encontra-se a extremidade alargada e geralmente franjada da tuba uterina, onde o ovócito penetra. Para que ocorra a gravidez, a fecundação deve ocorrer logo que o ovócito é liberado, em geral, na porção superior do oviduto. Se a fecundação acontece, a meiose do ovócito chega ao final, surgindo o zigoto, e o seu desenvolvimento começa durante o seu trajeto em direção ao útero. A segmentação nos mamíferos é holoblástica e igual, ou seja, o zigoto divide-se totalmente e os blastômeros possuem aproximadamente o mesmo tamanho. A orientação das segmentações é rotacional, ou seja, o plano de divisão de um dos dois primeiros blastômeros é longitudinal, como da que dividiu o zigoto, e perpendicular a ele, mas o outro blastômero divide-se de acordo com um plano transversal.
OBS: o número de células dos embriões de mamíferos não aumentam em progressão geométrica.
- Até o estágio de oito células, os blastômeros estão unidos frouxamente entre si; depois as células embrionárias que surgem passam a estabelecer contato mais íntimo, o que transforma o embrião em uma bola compacta de células, a mórula. As células mais externas da mórula desenvolvem junções celulares fortes, que aderem as células fortemente umas às outras. As células internas desenvolvem junções tipo gap, que colaboram com o intercâmbio de íons e de pequenas moléculas. O surgimento de uma cavidade cheia de líquido no interior do embrião, a blastocela, começando o estágio da blástula. A blástula dos mamíferos, chamada blastocisto, é delimitada por uma camada de células, o trofoblasto e possui um aglomerado celular que forma uma saliência na parede interna, denominada embrioblasto, ou massa celular interna. O embrião chega ao útero no estágio de mórula, implantando-se na mucosa uterina, fenômeno denominado nidação. Com a nidação do blastocisto começa a gravidez que termina com o parto.


  • Folhetos germinativos e anexos embrionários:
- O desenvolvimento embrionário nos mamíferos não se encaixa ao padrão geral dos outros vertebrados que possuem ovos oligolécitos, acredita-se que essa característica foi herdada por causa da evolução.
- Formação dos folhetos germinativos: o primeiro tecido originado no desenvolvimento embrionário de um mamífero é hipoblasto, ou endoderma primitivo, formado por delaminação da camada celular em contato com a blastocela. As células do hipoblasto aumentam de tamanho e delimitam toda a blastocela, formando o saco vitelínico; nos mamíferos essa estrutura tem pouca função, pois o ovo tem pouco vitelo. O restante do embroblasto, depois da diferenciação do hipoblasto, passa a ser denominado epiblasto, ou ectoderma primitivo. Em seu interior apresenta uma cavidade, a cavidade amniótica, preenchida pelo líquido amniótico.  A porção de células entre as bolsas que revestem a cavidade amniótica e o saco vitelínico é o epiblasto embrionário, ou disco embrionário, a partir do qual se formam todos os tecidos.
- Formação dos tecidos extraembrionários: no decorrer do desenvolvimento, o embrião dos mamíferos é gradativamente envolvido pela bolsa amniótica, que mantém hidratado e protegido de eventuais choques mecânicos. Na parte ventral do embrião, ao lado do saco vitelínico, originando-se uma pequena bolsa, o alantoide, cuja membrana tem a mesma constituição que a do saco (endoderma e mesoderma extraembrionário). O alantoide, que em aves e répteis possui a função de acumular as excreções embrionárias até a eclosão do ovo, é pouco desenvolvido nos mamíferos placentários; nestes últimos, as excreções embrionárias são eliminadas diretamente na corrente sanguínea materna. Em muitos mamíferos, incluindo nossa espécie, o alantoide auxilia na formação dos vasos sanguíneos do cordão umbilical. O crescimento do mesoderma extraembrionário, juntamente com o trofoblasto, forma o cório, anexo embrionário que envolverá o embrião e os outros anexos e originará a parte fetal da placenta, ocorrendo na parede uterina.


  • Nidação:
- Para se implantar no útero, o embrião precisa abandonar o envoltório de glicoproteínas, no qual se encontra, a zona pelúcida. Dois processos contribuem: o aumento da pressão osmótica do fluido que preenche a blastocela e a digestão da zona pelúcida. O aumento da pressão osmótica acontece pelo bombeamento de íons de sódio para a blastocela através de bombas iônicas, presentes nas membranas das células que revestem essa cavidade. A digestão da zona pelúcida acontece por ação da estripsina, enzima semelhante à tripsina que age em nosso intestino, produzida por células do trofoblasto. O enfraquecimento da zona pelúcida, influenciado pela digestão de parte de seus componentes, e o aumento de volume do embrião, em decorrência da absorção de água pela blastocela, causando o ropimento da zona pelúcida e a saída do embrião de seu interior. Estando em contato direto com as células do revestimento uterino (endométrio), o embrião é capturado por uma rede de proteínas fibrosas ( colágeno, laminina e fibronectina). As células do trofoblasto, por sua vez, aderem ao endométrio através de outras proteínas, as integrinas, formadoras de sua membrana plasmática. Enquanto as células do embrioblasto multiplicam-se e realizam os movimentos de gastrulação, são produzidos os tecidos extraembrionários que contribuirão para o desenvolvimento do embrião no útero materno. As células do trofoblasto aderidas ao endométrio se dividem, formando novas células, cujos núcleos se multiplicam sem subsequente divisão do citoplasma. Essas células formaram um sincício celular, ou seja, uma massa citoplasmática contendo inúmeros núcleos, chamados sinciciotrofoblasto. A camada de células ainda individualizadas do trofoblasto que envolve o embrião é chamada citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto secreta enzimas que dirigem os tecidos do útero, abrindo cavidades no endométrio, por onde se infiltra e cresce, ramificando-se e ocupando as cavidades abertas. Como reação a invasão pelo sinciciotrofoblasto, a parede uterina sofre modificações celulares e vasculares, com proliferação de vasos sanguíneos na região, formando uma estrutura muito vascularizada, a decídua uterina. As enzimas secretadas pelas projeções do sinciciotrofoblasto destroem as paredes dos vasos sanguíneos ao seu redor, originando lacunas de sangue na decídua uterina, por onde circula o sangue materno, em contato íntimo com o tecido embrionário. Células mesodérmicas originárias da parede do saco vitelínico e do hipoblasto invadem as projeções trofoblásticas e produzem no interior delas, os vasos sanguíneos que transportarão  nutrientes das lacunas sanguíneas maternas para o corpo do embrião. O órgão extraembrionário formado por tecido trofoblástico e pelos vasos sanguíneos de origem mesodérmica é o cório. Suas projeções que se ramificam para dentro da parede intrauterina são chamadas de vilosidades coriônicas. A relação entre o cório e a decídua uterina é a placenta.
- Gravidez ectópica: acontece na parede da tuba uterina, é causada pela saída precoce do embrião da zona pelúcida, gerando hemorragias ou complicações mais sérias.
- Gonadotrofina coriônica:  recém-implantado na mucosa uterina secreta um hormônio, a gonadotrofina coriônica, que estimula a atividade do corpo-amarelo ovariano, mantendo grandes taxas de estrógeno e progesterona no sangue da gestante, hormônios que geralmente diminuem no fim do ciclo menstrual. Assim, a menstruação não ocorre, sendo um sinal de possível gravidez. Os testes de gravidez detectam a concentração de gonadotrofina coriônica na urina, sinal inequívoco de gravidez. A partir do quarto mês de gravidez o corpo-amarelo diminui. O endométrio permanece crescendo, por causa da produção de hormônios. A placenta permanecerá produzindo estrógeno e progesterona em quantidades crescentes até o final da gravidez.


  • Formação da placenta: 
É o órgão originado pela decídua uterina e pelas projeções coriônicas mergulhadas nela. É através dela que se dá a comunicação nutricional entre a mãe e o filho. As projeções muito vascularizadas do cório permanecem mergulhadas nas lacunas sanguíneas produzidas pela digestão dos capilares da decídua uterina; por isso, em contato próximo com o sangue materno que circula naquele local. O sangue do embrião circula sempre dentro dos vasos existentes nas projeções do componente embrionário, de forma que não existe contato direto entre o sangue da mãe e do filho, mas acontece a troca de substâncias: alimento e gás oxigênio passam do sangue da mãe para o filho. O embrião está ligado à placenta pelo cordão umbilical, o mesoderma em seu interior forma duas artérias e uma veia, através das quais o sangue do embrião vai e volta da placenta. As artérias ramificam-se intensamente na região das vilosidades coriônicas, formando capilares pelos quais o sangue proveniente do embrião circula em grande proximidade do sangue materno presente nas lacunas que banham as vilosidades. Cerca de cinco semanas após a fecundação, os braços e pernas do embrião humano já são formados. Na nona semana de vida o embrião já tem cerca de 2,5 centímetros de comprimento e aparência tipicamente humano. Nessa época originam-se células ósseas (osteoblastos) em suas cartilagens, indicando o começo do processo de ossificação, e o embrião ganha o nome de feto. Aos cinco meses, o feto humano possui cerca de 20 cm de comprimento e pesa cerca de 500 gramas. Aos sete meses já possui grandes chances de sobrevivência se nascer prematuro.

O nascimento de um ser humano
O parto natural é baseado na expulsão do feto por contrações rítmicas da musculatura uterina e acontece ao fim do nono mês, cerca de 266 dias depois da fecundação. Nesse período, o feto humano mede aproximadamente 50 cm e possui cerca de 3 a 3,5 kg. No instante do parto, o colo do útero se dilata e a musculatura uterina contrai-se ritmicamente com uma grande frequência. A bolsa amniótica se rompe e o líquido nela contido extravasa pela vagina. O feto é empurrado para fora do útero pelas fortes contrações da musculatura uterina e a vagina se dilata, possibilitando a passagem do bebê. A parte fetal da placenta desprende-se da parede uterina e é também expulsa por meio da vagina, juntamente com o sangue dos vasos sanguíneos rompidos. O cordão umbilical é cortado e amarrado.  O gás carbônico permanece no sangue do recém-nascido, estimulando os centros cerebrais que controlam a respiração a funcionar pela primeira vez. Se o parto normal não for adequado para a grávida, é feita uma intervenção cirúrgica chamada cesariana, sendo feito um corte na parte baixo do abdômen da gestante, de forma a expor o útero, que é aberto e a criança é removida juntamente com o cordão umbilical e com a placenta. Por fim, os cortes são fechados por suturas.




Dinâmica da atmosfera

A atmosfera e os movimentos da Terra:  - A atmosfera é a camada de gases que envolve terra. - As camadas da atmosfera: a maior parte dos fen...