sexta-feira, 17 de julho de 2020

A Europa feudal

A Europa da Alta Idade Média:
  • A crise da escravidão e a ruralização da sociedade:
- A base da economia do mundo romano era a utilização de escravos para o cultivo das propriedades rurais, mas ocorreu a lenta retração da escravidão.
- Com o avanço das invasões bárbaras, tornou-se cada vez mais mais difícil abastecer as cidades. A vitalidade do comércio e a população urbana diminui.
- Tornou-se improdutivo manter tantos escravos, por isso passaram a trabalhar em pequenos terrenos chamados mansos, localizados às margens das grandes propriedades, os domínios senhoriais. Em troca do uso das terras, eles trabalhavam pelo menos três dias por semana e deviam ao senhor uma parte da colheita, mas o fim da escravidão foi lento, os antigos escravos e os camponeses livres se fundiram e formaram os servos, os quais prestavam serviços ao senhor, levando a uma crescente ruralização da sociedade e a privatização de muitos aspectos da vida.

  • A família, o casamento e a mulher:
- Era patriarcal.
- Os adultos tinham que proteger os mais fracos e os familiares deviam ajudar uns aos outros.
- As mulheres adúlteras eram mortas por estrangulamento, mas os homens podiam ter relações sexuais fora do casamento.

  • A violência no cotidiano:
- Muita violência.
- Crianças eram treinadas para se tornarem guerreiros.
- Matar era um dever masculino.

A Igreja e a evangelização da Europa Ocidental
  • A ação da Igreja Católica:
- Em um mundo sem unidade política, administrativa, econômica ou cultural, o cristianismo era a única forma de união
- O clero tentava eliminar os costumes pagãos, mas não obteve sucesso.

  • O movimento monástico:
- Nas regiões rurais um dos principais pontos de apoio para a cristianização da sociedade foram os mosteiros, que acolhiam todos os tipos de pessoas. Eram dirigidas por um abade, encarregado de vigiar a conduta dos monges e guiá-los no caminho da salvação. Cada mosteiro obedecia a uma regra.

  • A Igreja e a evangelização da Europa Ocidental:
- Os monges percorriam os reinos bárbaros e pregavam. O processo de conversão dos reinos bárbaros foi lento, porém contínuo.
- Foram convertidos os povos eslavos e escandinavos.
- A estratégia foi bem-sucedida.

Os francos e o Império Carolíngio
  • O Reino dos francos:
- Configurou-se como o mais poderoso da Europa.
- Formou-se e expandiu-se sob o governo de duas dinastias: a merovíngia e a carolíngia.
- Os francos eram governados pelos merovíngios. O primeiro soberano merovíngio importante foi Clóvis, que se converteu ao cristianismo e tornou-se o primeiro rei bárbaro a governar com o apoio da Igreja.
- A dinastia carolíngia iniciou-se com Pepino, o Breve. Seu pai, Carlos Martel, conseguiu o apoio da Igreja ao expulsar os muçulmanos da Gália. 
- Carlos Magno construiu um Império, conseguindo reunir grande parte do que havia sido o Império Romano do Ocidente, sendo coroado imperador dos romanos pelo papa.
- A independência da Igreja de Roma: 
-> mandou edificar as igrejas e monastérios destinados a evangelização dos territórios conquistados.

  • O Renascimento Carolíngio:
- Desenvolveram-se as zonas rurais, a população aumentou e o comércio marítimo foi revitalizado.
- A recuperação econômica e a unidade política impulsionaram a cultura e a educação, surgindo o movimento chamado de Renascimento Carolíngio.

  • A administração imperial:
Um dos objetivos de Carlos Magno era manter uma administração bem organizada e centralizada, afim de garantir a unidade territorial do Império, dividindo o Império em condados, ducados e marcas.
- Cada condado era administrado por um conde, encarregado de presidir o tribunal local, organizar e liderar o exército, tarefas para as quais contava com o auxilio dos "homens bons", acima dos condados havia os ducado, unidades provinciais administradas cada uma por um duque. Condes, duques e marqueses eram nobres locais. 

  • A desagregação do Império:
- Depois da morte de Carlos Magno, a coroa foi transferida para seu filho, Luís, o Piedoso, que prosseguiu com as reformas do pai, com a sua morte, foi assinado o Tratado de Verdun, que dividiu as terras do Império Carolíngio em três domínios.

Sociedade e economia na ordem feudal
  • As relações de vassalagem:
- A figura de uma autoridade centralizada foi enfraquecida. Os laços de fidelidade que uniam a aristocracia são conhecidos como relação de vassalagem. A vassalagem era instituída no ritual da homenagem, no qual a relação entre o suserano, que ocupava uma posição superior em relação ao vassalo, o qual o suserano doava um bem. Esse bem recebeu o nome de feudo.
- Ao doar o feudo o suserano concedia o poder senhorial ao vassalo.

  • O feudalismo: 
- A relação de vassalagem implicava relações recíprocas.
- Os laços formaram o feudalismo.

  • O senhorio:
- O nome dado a propriedade rural era senhorio, sendo dividido em:
-> Reserva senhorial: constituída por áreas cultiváveis, castelo, celeiros, estábulos, moinhos e oficinas artesanais, toda a produção da reserva senhorial pertencia ao senhor.
-> Manso servil: formado pelo conjunto das terras cultivadas pelos servos, sendo entregue parte da produção para o senhor.
-> Manso comum: constituído por terras de uso dos servos e senhores, como pastos, bosques e os terrenos baldios. Dessas terras comunais se retiravam madeira, frutos e mel e se praticava a caça.
- Corveia: durante parte do ano o servo tinha de trabalhar na reserva senhorial.
- A talha: obrigava o servo a entregar ao senhor uma parte do que produzia no manso servil. 

  • Uma sociedade dividida em ordens:
- Estamentos (ordens).
- Clero, nobres e camponeses.
- As relações entre as ordens: a Igreja era detentora do poder espiritual e buscava justificar o modo como a sociedade feudal estava organizada.

Transformações do feudalismo
  • Os cristãos e as Cruzadas:
- As Cruzadas foram expedições de caráter militar e religioso organizadas pela Igreja e tinham interesses político-econômicos.
- Objetivos:
-> expulsar os turcos muçulmanos de Jerusalém.
-> restituir a unidade cristã nas terras do Império Bizantino e ampliar o poder da Igreja, a fundação da Igreja Ortodoxa e o rompimento ocorrido foi chamado de Grande Cisma do Oriente.
-> conseguir terras para os nobres europeus.
- As Cruzadas:
-> Primeira Cruzada: conhecida como Cruzada dos nobres, conquistou Jerusalém e organizou um reino latino na região, que não durou muito.
-> Segunda Cruzada: fracassou na tentativa de reconquistar Jerusalém.
-> Terceira Cruzada:  conhecida como Cruzada dos reis, estabeleceu acordos diplomáticos com os turcos, facilitando as peregrinações de cristãos a Jerusalém.
-> Quarta Cruzada: organizada pelo papa Inocêncio III e liderada pelos comerciantes de Veneza, e o seu novo rumo era Constantinopla, que foi saqueada.
-> Quinta Cruzada: tentativa do papa Inocêncio III de conquistar o Egito, mas não foi bem sucedida.
-> Sexta Cruzada: liderada pelo imperador do Sacro Império Frederico II, Jerusalém foi reconquistado, mas logo foi retomado pelos muçulmanos.
-> Sétima e Oitava Cruzada: liderada pelo rei da França Luís IX, ambas foram derrotadas pelos muçulmanos.

  • Resultados das Cruzadas: 
-Não foram bem-sucedidas.
- Causaram: 
-> a desorganização agrícola na Europa.
-> a expansão da cristandade pela Europa Oriental.
-> o fim do domínio árabe no Mar Mediterrâneo e restabelecimento das rotas comerciais entre Europa e Ásia.
-> a revitalização das cidades, por causa do impulso promovido pelas atividades comerciais.

  • O aumento da produção agrícola:
- Os instrumentos de produção foram renovados:
-> atrelagem dos animais.
-> moinho d´água.
-> moinhos de vento.
-> Sistema trienal de cultivo.

  • A revitalização do comércio:
- Feiras se formavam ao longo das rotas ao sul, dominada por Veneza e Gênova (rota marítima), ao norte, a rota comandada pelos alemães.
Obs:  ao sul eram vendidos perfumes, sedas e especiarias, já ao norte eram vendidos grãos, peles e madeira.
- O artesanato se desenvolveu.
- O uso da moeda se disseminou, originaram-se os bancos.

  • A expansão das cidades medievais: 
- As cidades passaram a abrigar muitas pessoas.
- Comerciantes se organizavam nas chamadas guildas ou corporações de ofício.
- As cidades como espaço da liberdade: por meio da carta foral, concedeu-se o direito de uma comunidade autogoverna-se, concedia também terras públicas para uso coletivo da comunidade, regulava os impostos, taxas e multas e estabelecia direitos de proteção e obrigações militares.

  • O surgimento de universidades:
- Bolonha foi uma das universidades.
- A escolástica: foi uma corrente que procurava aliar a fé e a razão.

  • A literatura medieval: 
- A maioria da população era analfabeta.
- Romances de cavalaria.

A crise do mundo medieval:
  • As mudanças climáticas e a grande fome:
- Na Europa Ocidental, mudanças climáticas afetaram as colheitas, causando a fome.
- Na Europa Oriental,  o Império Otomano tentava conquistar o que restava do Império Romano do Oriente.

  • A peste negra:
- Causou diversas mortes.
- Causada pela pulga de ratos.
- A peste se espalha pela Europa: tornou-se uma pandemia.

  • A Guerra dos Cem Anos e os seus efeitos:
-  Ingleses contra franceses .
- A França era auxiliada por Joana d`Arc.
- Agravou a crise econômica e o declínio demográfico.
- A bombarda: espécie de canhão primitivo.

  • Revoltas urbanas e camponesas: 
- Camponesas: chamadas jacqueries, que se tornaram uma contestação generalizada dos privilégios da nobreza rural. Essa revolta se espalhou, mas a repressão foi muito violenta.
- Urbanas: ocorreu por causa do aumento dos impostos, mas não obtiveram sucesso.

As conquistas otomanas e a queda de Constantinopla:
  • O poder do Império Otomano:
- A expansão dos turcos foi favorecida pela emergência de um Estado militar, conquistando toda a Ásia Menor e atingindo o Estreito de Dardanelos, que garantia o controle da passagem da Ásia para a Europa. As regiões conquistadas tornaram-se províncias do Império Otomano e a população passou a pagar impostos ao sultão.

  • A tomada de Constantinopla:
- Os turcos a cercaram por terra e por mar, não permitindo o abastecimento da cidade.
- Resistência inútil: a queda de Constantinopla significou a perda por parte da cristandade de um local estratégico, que fazia a ligação entre o Oriente e Ocidente. As rotas comerciais foram dificultadas. Foram impulsionadas novas descobertas, desenvolvimento tecnológicos e econômicos que marcaram o início da Idade Moderna.

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