quinta-feira, 16 de julho de 2020

Roma

Roma: origem, monarquia e república

  • As origens de Roma na historiografia recente: antes da fundação de Roma, vários povos habitavam a Península Itálica. Ao sul, na região chamada Magna Grécia, existiam colônias gregas e cartaginesas. Ao norte, os etruscos viviam principalmente na região que se estendia entre os rios Arno e Tibre. Na região central da península, sobretudo na Planície do Lácio, vários povos italiotas, como os latinos e os sabinos originaram diversas vilas, as quais teriam dado origem a Roma. Arqueólogos encontraram vestígios no Monte Palatino, uma colina romana, indicando a presença de uma modesta vila de pastores no local durante o século VIII a.C. essa vila tornaria-se uma cidade, com a chegada dos etruscos. Acredita-se que em algum momento essas vilas e povoados localizados nas colinas próximas tenham se unificado e originado Roma.

  • A monarquia Romana: 
- Foi a primeira forma de governo em Roma. 
- A sociedade era dividida em patrícios e plebeus. 
-> patrícios: grandes proprietários rurais.
-> plebe: camponeses livres, artesãos urbanos, pequenos comerciantes e imigrantes de outros locais da Itália.
- Os primeiros reis eram latinos, e sua organização política estava centrada em duas assembleias: os comícios curiais e o Senado.
-> os comícios curiais reuniam guerreiros de até 45 anos e se pronunciavam sobre questões relativas às famílias aristocráticas.
-> o Senado era formado por idosos e tinha como função principal escolher o rei.
- A partir de 616 a.C., Roma passou a ser governada pelos etruscos. que para frear a influência dos patrícios e ampliar seu apoio político , introduziram pessoas ligadas ao comércio no Senado, mas em 509 a.C. a República iniciou.

  • Uma república aristocrática:
A República Romana não adotou a democracia, a participação política dos cidadãos ocorria por meio de assembleias por tribos e concílios da plebe.
-> A assembleia por centúrias votava declarações de guerra ou tratados de paz e também e elegia as magistraturas mais elevadas (cônsules, pretores e tribunos militares). Dividia-se em cinco classes censitárias de acordo com a renda do cidadão. Na assembleia por tribos, os cidadãos eram classificados e distribuídos em tribos de acordo com sua origem ou local de residência. Competia a essa assembleia eleger magistraturas inferiores. O concílio da plebe votava as leis relativas à plebe, os plebiscitos, e elegia os tribunos e os edis.

  • As magistraturas  da república: 
Durante o período republicano, a execução das decisões das assembleias estava a cargo de uma série de funcionários públicos. Ocupar uma magistratura em Roma, era sinal de prestígio político, pois a maior parte das funções públicas era adquirida por meio de eleições nas diversas assembleias. 
Principales magistraturas romanas | Helenos y Latinos: una ...

- Os conflitos entre patrícios e plebeus:
-> Os plebeus reivindicaram a participação nas magistraturas, o direito de votar no Senado e realizar suas próprias assembleias e o fim da escravidão por dívidas, o acesso às terras conquistadas e o direito ao casamento legal com os patrícios. Um dos principais motivos de tensão era a questão fundiária. Embora os plebeus participassem das guerras romanas, o critério para dividir o butim era o poder de armamento, então somente as famílias patrícias tinham o direito de receber as terras conquistadas. O poder de negociação da plebe aumentou quando os romanos passaram a guerrear com outras cidades, precisando cada vez mais dos plebeus.
- As conquistas da plebe: as tensões sociais aumentavam e arriscavam degenerar em guerras civil, então, o patriarcado cedeu e ampliou os direitos da maioria da população livre romana.
-> 494 a.C. Os plebeus conquistaram o direito de eleger os próprios magistrados, os tribunos da plebe.
-> 450 a.C. Foi aprovada a Lei das Doze Tábuas, estabelecendo a igualdade entre os cidadãos.
-> 445 a.C. Foi publicada a Lei Canuleia, que garantia o direito ao casamento entre patrícios e plebeus.
-> 367 a. C. Foi instituída a Lei Licínia Sextia, que permitia o acesso dos plebeus às magistraturas e ao Senado e regulamentava a exploração das terras públicas, ou seja, as terras conquistadas pelo Exército.
-> 326 a.C. Foi instituída a Lei Poetélia Papíria, a qual determinava que apenas os bens de um devedor poderiam ser utilizados como garantia de crédito. Extinguiu a escravidão por dívidas.
-> 287 a.C. Foi instituída a Lei Hortênsia, na qual os plebiscitos , decisões tomadas pelo Tribunato da Plebe, passariam a ter força de lei. Originou-se uma nova aristocracia , a nobilitas, composta por patrícios e plebeus com grande influência política e muitas terras.

  • A expansão militar romana:
A estrutura do Exército romano gerou condições para o sucesso de sua expansão militar. Os romanos fundaram colônias no Vale do Pó, com o objetivo de se defender dos gauleses que ameaçavam a Itália. A maior parte da península começou a cair sob controle romano. A rivalidade entre romanos e cartagineses levou às Guerras Púnicas. Ao terminar a guerra, a Península Itálica, a Grécia, a Macedônia e a própria Cartago foram todas dominadas por Roma. Assim, em cerca de dois séculos. Roma conseguiu o controle do Mediterrâneo europeu. 

  • A crise social no fim da república:
O enriquecimento de Roma beneficiava os ricos proprietários dos latifúndios, que faziam uso de mão de obra escrava. Constituída inicialmente por patrícios. Os cavaleiros também foram beneficiados. Nos meios populares a situação era inversa. O crescente aumento populacional nas áreas urbanas intensificaram a miséria das camadas populares. Os grandes proprietários apropriavam-se ilegalmente das terras do Estado.
- A reforma agrária dos irmãos Graco: Tibério criou uma lei para distribuir as terras públicas entre os cidadãos pobres, por isso foi assassinado. Caio Graco propôs medidas ainda mais radicais, como a concessão da cidadania a todos os aliados itálicos e a distribuição gratuita de alimentos ao povo, mas também foi assassinado, enfraquecendo a República Romana.

O nascimento de um império universal

  • A guerra civil e o fim da república:
As reformas propostas pelos irmãos Graco e a brutalidade de seu assassinato levaram a sociedade romana a polarizar-se em duas facções políticos : de um lado, os populares, que defendiam a ampliação dos direitos da plebe, e, de outro, os oligarcas, interessados em manter os privilégios da aristocracia. As duas facções entraram em confronto aberto, causando uma guerra civil. Os conflitos foram muito reprimidos pelo Exército, que deixava de representar os "cidadãos em armas" para se profissionalizar. Causando uma grande rebelião escrava.


  • Ditadura romana: 
Com o fortalecimento do Exército certos generais tomaram o poder em Roma e instalaram uma ditadura. César, comandante militar que se tornou célebre depois da conquista da Gália, foi o mais importante desses ditadores. Juntamente aos generais Pompeu e Crasso, originou o Primeiro Triunvirato, com o fim de garantir o domínio e a administração de Roma e dos territórios conquistados. Depois da morte de Crasso no Oriente, César derrotou Pompeu, passando a governar sozinho. Realizou várias reformas e melhorias sociais que lhe garantiram popularidade, mas foi morto, causando uma nova guerra civil. Os conflitos políticos continuaram. Otávio, Marco Antônio e Lépido, generais seguidores de César, formaram então o Segundo Triunvirato. Em pouco tempo, os três entraram em um conflito sangrento pelo poder de Otávio, recebendo o título de Augusto. Após essas lutas sangrentas, Roma deixou de ser uma república e tornou-se um Império.


  • O poder do imperador: 
- O advento do Império não suprimiu as instituições republicanas , mas modificou o equilíbrio de poder entre elas. As assembleias perderam sua função, e outras instituições, como o Senado e as magistraturas, tiveram sua autonomia enfraquecida, mas as decisões dos imperadores passaram a depender da legitimação do Senado, e o Exército transformou-se numa força política. O apoio dessa instituição tornou-se fundamental para o governo imperial.


  • A cultura no século de Augusto:
- Seu governo foi marcado pela intensa produção cultural. Autores romanos desse período, como Virgílio, Horácio, Ovídio e Tito Lívio, ainda são estudados. Otávio Augusto encomendou o restauro de antigos edifícios e ordenou a edificação de templos em Roma, mandou construir anfiteatros , dando início a chamada Paz Romana, caracterizada pela relativa paz interna, pela estabilidade das instituições e pela riqueza econômica e cultural. Foi nesse período que a cultura greco-latina se consolidou. Com o Império unificado, essa cultura se estendeu por todas as províncias romanas. No campo religioso, houve a unificação do panteão dos deuses latinos e gregos e o ingresso em Roma de novos cultos de origem oriental, causando um sincretismo religioso. Os mistérios e as práticas religiosas da deusa egípcia Ísis e do deus Mitra eram os mais conhecidos. As bibliotecas expandiam a cultura. A arquitetura também se desenvolveu graças à riqueza de Roma, estilo chamado de arquitetônico monumental.

Homens livres, escravos e o cotidiano em Roma

  • Quem tinha direito à cidadania:
- Separava socialmente cidadãos de não cidadãos.
- Os escravos se tornavam cidadãos se fossem alforriados. Ao longo dos dois primeiros séculos do Império, o direito à cidadania foi sendo progressivamente expandido aos habitantes das regiões sob dominação romana. O passo final foi dado pelo imperador Marco Aurélio, promulgando o Édito de Caracala.


  • A escravidão na sociedade romana: 
- Na sociedade romana, o escravo era considerado, uma propriedade e uma pessoa.
- Os vencedores escravizavam os vencidos nas guerras, mas existiam outras formas de ser escravizados. Adultos vendiam crianças ou até mesmo se vendiam como escravos para não morrer de fome.


  • A escravidão e o estoicismo: 
- Existiam escravos mais ricos que muitos cidadãos, mas mesmo assim eram vistos como inferiores. Os estoicos defendiam a ideia de que o ser humano é apenas parte de uma ordem racional, defendendo que os escravos deviam ser tratados com respeito, embora não questionassem diretamente a Instituição da escravidão.


  • A cidade romana: 
- Grande parte da população vivia em áreas rurais. Entretanto a cidade era considerada para o romano o habitat do homem civilizado. Os camponeses tinham que se dirigir para as cidades para comercializar os seus produtos, então, os romanos construíram várias cidades novas ou reordenaram antigas, modificando o modo de vida das populações e deixando a marca de Roma em todo o Império. A cidade romana tinha uma estrutura planejada. Existiam muitas estradas e avenidas.
 Edifícios públicos também estavam presentes em Roma.


  • A zona rural: 
- A cidade tinha muita importância no cotidiano romano, mas a base econômica era a agricultura. As terras estavam concentradas nas mãos de uma elite, que tinha várias terras em várias províncias.
- Linhas de trabalho:
-> escravidão: vastas propriedades eram cultivadas por centenas de escravos.
-> colonato: as terras de um mesmo proprietário eram divididas em parcelas , sendo cultivadas por rendeiros ou colonos, que tinham a obrigação de entregar parte da produção aos proprietários, retirando uma parte de sua produção para si mesmo.
- Os principais cultivos eram de trigo.


  • A vida cotidiana: 
- A família moderna é considerada uma família nuclear, pois se constitui de um núcleo formado por pai, mãe e filhos. Em alguns casos, é formada apenas pelos filhos mais o pai ou a mãe, mas na Roma antiga a família era considerada extensa, pois além dos pais e dos filhos, incluía os escravos, os agregados, os animais e todos os bens da casa.
- Os casamentos significavam uma aliança entre as famílias, que lhes permitia aumentar o patrimônio e a influência na sociedade. Entretanto, os cidadãos pobres costumavam casar informalmente, sem reconhecimento da lei. A Roma antiga tinha uma sociedade patriarcal.

O declínio do Império Romano:

  • Anarquia militar, invasões e guerra civil:
- Roma estava passando por uma grave crise, ocorrendo várias invasões.


  • O declínio da escravidão: 
- A economia se agravou.
- Sem guerras, sem escravos, pouca produtividade agrícola.


  • A Reforma Diocleciano:
- O Exército se tornou mais relevante na política. Diocleciano também dividiu o império em quatro regiões, cada uma delas administrada por um governante diferente e com uma capital diferente, sendo chamado de tetrarquia e seus administradores, tetrarcas, obtendo sucesso, mas com a saída de Diocleciano os tetrarcas passaram a disputar a sucessão, e o Império Romano caiu de novo.


  • Nasce a religião cristã:
- Os primeiros cristãos não concordavam com a natureza divina do imperador e reverenciavam Jesus de Nazaré como enviado de Deus.
- Antigamente sofria com muito preconceito e tinha poucos fieis.
- Parte da riqueza doada pelos cristãos ricos eram doadas aos pobres.


  • O cristianismo torna-se a religião oficial:
- Foi durante o governo de Constantino que o Cristianismo se aproximou do poder em Roma, conta-se que ele viu as duas letras iniciais de "Cristo" em grego no céu, publicando o Édito de Milão, estabelecendo a liberdade de culto, favorecendo principalmente os cristãos.  Teodósio assumiu o Império em 379, transformando o Cristianismo na religião oficial de Roma, impedindo os pagãos de exercer cargos públicos e de ensinar. Os jogos Olímpicos foram impedidos por serem considerados imorais.


  • A perda da unidade territorial: 
- O Império foi dividido em Império Romano do Ocidente, com capital em Milão e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla.
- Iniciou-se várias invasões bárbaras.
-Ocorreu (ocorreram):
-> Exploração dos cidadãos pelo Estado.
-> Epidemia de peste bubônica.
-> Muitas imigrações.
-> O Declínio comercial e abandono das cidades.


  • Governo de Justiniano:
- O Império do Oriente, chamado também de Império Bizantino, vivia um período de esplendor sob o governo de Justiniano.
- Empreendeu várias campanhas militares para reconquistar a Europa Ocidental, aproveitando-se da desorganização e das disputas territoriais entre os bárbaros, conseguiu retomar Cartago, mas a epidemia da peste bubônica e ameaças de ataques de inimigos impediram a continuidade desse movimento.
- Promoveu uma grande reforma jurídica. Reuniu os mais importantes juristas do Império e criou o Código de Justiniano, construíndo uma grande catedral para servir de sede para toda cristandade: a Basílica de Santa Sofia, em Constantinopla, mas não conseguiu manter por muito tempo o seu controle de vários locais.

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